Uma coalizão mundial, uma declaração comum
Através de uma ambiciosa Declaração Comum, os 450 bancos de desenvolvimento (BPDs) conseguiram formar uma coalizão mundial determinada a agir a serviço do planeta e das populações.
Este compromisso comum de instituições cujo papel é mais essencial do que nunca no contexto atual, e que representam 10% dos investimentos mundiais, é acompanhado da vontade de alinhar os financiamentos com o Acordo de Paris, apoiar a biodiversidade e intensificar o combate às desigualdades, particularmente em matéria de gênero. Outras declarações emanaram de coalizões específicas de bancos públicos de desenvolvimento desejosos de se engajar mais em certas temáticas.
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O apoio do presidente da república e das instâncias internacionais
No âmbito da declaração conjunta dos BPDs, Emmanuel Macron destacou a capacidade de ação real dos bancos de desenvolvimento, e da AFD, em particular, a serviço de uma transição justa. O presidente francês lembrou o papel de plataforma da AFD, capaz de mobilizar todos os atores do sistema financeiro. A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, e o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, também prestaram um forte apoio à ação concertada dos bancos públicos de desenvolvimento.
10 mil participantes, redes sociais mobilizadas
A comunidade do desenvolvimento soube se fazer ouvir: este fato inédito para os 450 bancos públicos de desenvolvimento do mundo deu lugar à organização de 25 eventos de alto nível sobre temas como o financiamento da economia africana, as questões de gênero, os investimentos sociais, o clima e a biodiversidade.
Estas sessões reuniram mais de 100 painelistas e foram seguidas por 10 mil participantes. No Twitter, o hashtag #financeincommon2020 foi utilizado mais de 3500 vezes.
Novos projetos para a AFD
Por ocasião da Cúpula Finança em Comum, o Grupo AFD comprometeu-se com seus parceiros em novos projetos de grande envergadura. Estes programas têm por objetivo, designadamente, apoiar a resiliência face ao risco monetário associado à Covid-19, erradicar a fome e a pobreza nos meios rurais, favorecer uma maior resiliência dos sistemas de saúde na África e reforçar o financiamento dos bancos de desenvolvimento africanos em favor do clima.
Ume base de dados sobre os bpds única no mundo
Antes dos dois dias dedicados à cúpula, a 14ª Conferência Internacional de Pesquisa em Desenvolvimento da AFD, intitulada “A mão visível: os bancos de desenvolvimento em transições”, permitiu reforçar o conceito de banco público de desenvolvimento na paisagem acadêmica. Ela contribuiu para demonstrar o papel que os BPDs poderiam desempenhar numa arquitetura financeira orientada para o desenvolvimento, com financiamentos maciços alinhados com o Acordo de Paris e os ODS. Foi neste contexto que uma vasta base de dados inédita sobre os BPDs elaborada pela AFD e a Universidade de Pequim foi apresentada, através de um site de datavisualização. Esta conferência de pesquisa também tornou possível a publicação de dez recomendações estratégicas para dar aos BPDs meios de desempenhar plenamente seu papel de “mãos visíveis”.
4 bilhões de dólares para o setor privado na áfrica
As Instituições Financeiras de Desenvolvimento Europeias (EDFI), incluindo a filial da AFD dedicada ao setor privado Proparco, anunciaram um plano de apoio às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) africanas de pelo menos 4 bilhões de dólares mobilizados até o final de 2021. Estas empresas geram de longe a maioria dos empregos na África: contribuir para sua criação, promoção e financiamento é essencial numa perspectiva global de desenvolvimento.
Além das 15 Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs) europeias da associação EDFI, os primeiros participantes desta coalizão incluem o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), o Banco de Desenvolvimento da África Ocidental (BOAD), a Corporação Islâmica para o Desenvolvimento do Setor Privado (ICD), a FinDev Canada e a US International Development Finance Corporation. Espera-se que outras instituições se juntem à coalizão inicial.
A igualdade entre homens e mulheres no centro das preocupações
Em torno da igualdade de gênero, quatro eixos de intervenção prioritários foram integrados à Declaração Comum para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres: reforçar o compromisso dos BPDs em favor da igualdade entre os sexos, aumentar a porcentagem dos fluxos financeiros para operações sensíveis ao gênero, contribuir para políticas de combate às mudanças climáticas sensíveis ao gênero e, por último, melhorar o diálogo e a colaboração com todas as partes interessadas em questões de gênero.
Cada vez mais pelo clima
O International Development Finance Club (IDFC), que reúne os 26 maiores bancos de desenvolvimento regionais e nacionais do mundo, e já muito implicado nas questões climáticas, também anunciou novas medidas no âmbito da cúpula. Estas incluem ferramentas que permitem concretizar o alinhamento com o Acordo de Paris, levando em conta a dimensão social no contexto da pandemia de Covid-19 e a interconexão entre clima e biodiversidade. O IDFC também anunciou várias decisões marcantes, tais como a criação do Fundo IDFC para o Clima, comunicada durante a COP25, e uma parceria estratégica com o Fundo Verde para o Clima (FVC).
Uma posição comum para uma economia pró-biodiversidade
O IDFC também anunciou um investimento maciço na conservação, uso sustentável e restauração da biodiversidade. Reconhecendo a importância do investimento público nas profundas mudanças destinadas a deter a perda de biodiversidade e a viabilizar uma recuperação econômica a longo prazo, os membros do IDFC estão envidando esforços conjuntos para adotar uma posição comum a fim de manter o capital natural e desenvolver uma economia pró-biodiversidade. Em sua Declaração Comum, os bancos públicos de desenvolvimento afirmam sua disponibilidade para ajudar a alinhar os fluxos financeiros com o futuro quadro mundial de biodiversidade pós-2020 a ser adotado durante a COP15 sobre biodiversidade.
O esporte na equipe do desenvolvimento
Uma vasta coalizão do esporte a serviço do desenvolvimento foi anunciada em 11 de novembro, no âmbito da cúpula, por Rémy Rioux, diretor-geral da AFD, e pelo presidente dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Tony Estanguet. A Coalizão Esporte para o Desenvolvimento está empenhada em reforçar os meios financeiros, investimentos e competências para construir coletivamente um mundo ambientalmente viável, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Esta iniciativa é acompanhada por uma poderosa ferramenta de financiamento e interação: a plataforma Esporte em Comum. “More sport, more impact!” (Mais esporte, mais impacto!)
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