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Parc solaire Argentine
A AFD firmou uma parceria com o Banco de Desenvolvimento Argentino (BICE) para financiar sete projetos de energia renovável, impulsionando a transição energética do país. No Dia Internacional da Energia Limpa, em 26 de janeiro, destacamos a América Latina, uma região com grande potencial em energias renováveis.

No âmbito do Acordo de Paris, a Argentina se comprometeu a reduzir significativamente suas emissões de gases de efeito estufa para menos de 349 MtCO2 até 2030. Para isso, é essencial aumentar a utilização de energias renováveis em sua matriz energética, apesar de um grande desafio: a instabilidade do setor bancário e de todo o sistema financeiro do país.


Na Argentina, diversificar a matriz energética é essencial

Com o suporte da AFD, o Banco de Desenvolvimento Argentino (BICE) apoia iniciativas de transição energética e promove o desenvolvimento de energias sustentáveis. Entre elas, estão os três projetos apresentados no vídeo (em espanhol - você pode ativar as legendas no YouTube) :

•    a usina de biogás Pacuca Bio Energía
•    a usina solar Ullum IV, construída pela Sidersa
•    a usina de biogás ENRECO

Na Argentina, onde a AFD atua desde 2017, é a abordagem pela eficiência energética que predomina. Diante da significativa redução dos subsídios energéticos do Estado, é essencial repensar os hábitos de consumo para torná-los mais sustentáveis. « O baixo custo da eletricidade levou a um uso frequentemente excessivo de ar-condicionado e aquecimento, enquanto o país ainda possui muitas habitações energeticamente ineficientes », explica Tomás Le Louarn, gerente de projetos na Argentina. 

A linha de crédito de 50 milhões de euros concedida ao BICE possibilitou o financiamento de sete projetos voltados para a área energética.

A usina de biogás Pacuca Bio Energía, na província de Buenos Aires, agora fornece energia para 3.000 lares argentinos. O apoio da AFD cobriu cerca de 70% dos custos de construção da usina.


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O projeto da usina solar Ullum IV, em San Juan, no norte da Argentina, também foi escolhido pelo BICE. « Esta usina solar gera energia limpa, que é injetada na rede e nos possibilita diversificar a matriz energética », explica Lucrecia Payer, gerente de comunicação da empresa. Embora o país possua um grande potencial em energias renováveis, esses recursos ainda não são plenamente aproveitados. « Esse tipo de energia é extremamente respeitosa ao meio ambiente, especialmente em áreas desérticas como esta », explica Orlando Bustos, diretor da usina solar que atualmente fornece eletricidade para mais de 14.000 lares argentinos.

Graças à usina de biogás ENRECO, « o aproveitamento dos resíduos da fazenda para a produção de energia torna o processo 100% sustentável, pois esses resíduos são convertidos em matérias-primas », afirma a presidente da empresa, Cecilia Debenedetti. O investimento permitiu que esta propriedade rural adotasse inteiramente a economia circular, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Um dos desafios da transição energética continua sendo o transporte eficiente de energia. De acordo com Tomás Le Louarn, « a Argentina possui um grande potencial local para energias renováveis, que requer investimentos contínuos. No entanto, a rede nacional não tem capacidade para absorver toda a energia gerada ». A AFD assinou, em 2023, um empréstimo para financiar a construção de linhas de média tensão e viabilizar a distribuição para as cidades de um país com mais de 2,7 milhões de km².

Na América Latina, as situações podem variar, mas os desafios permanecem comuns

« Há uma grande diversidade de situações no continente americano », explica Fernando Cevallos, chefe da equipe de projetos de energia nos Andes para a AFD. Apesar de uma matriz energética que está se tornando mais verde, a dependência dos combustíveis fósseis ainda é significativa. Um dos desafios para a AFD é apoiar essa transição energética, garantindo que ela ocorra sem prejudicar as populações locais. 

Na Colômbia, a AFD lançou o programa Gemmes, uma assistência técnica implementada em conjunto com diversos ministérios, que permite quantificar o impacto da transição energética sobre as populações. « A ideia é apoiar os ‘perdedores’ dessa transição para que possam se adaptar, permitindo que os benefícios sejam mais bem compartilhados », continua Fernando Cevallos. Sem esquecer que, apesar do acesso à eletricidade parecer quase universal na América Latina, ainda existem bolsões de pobreza energética. 


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Vários projetos de energias renováveis já foram financiados no continente

« A estratégia de energia verde da AFD se baseia em três pilares: eficiência energética, acesso universal à eletricidade e uma oferta elétrica moderna e descarbonizada », destaca Fernando Cevallos. No México, por exemplo, a parceria com a Comissão Federal de Eletricidade (CFE) possibilita à AFD apoiar a transição energética do país. Desde 2022, o apoio à implementação da reforma energética ocorre por meio de programas de cooperação técnica, permitindo ao México alcançar seus objetivos de produção de eletricidade descarbonizada – com 50% de energias limpas na sua produção total de eletricidade até 2050 – enquanto combate a precariedade energética.

Na Bolívia, a AFD cofinanciou com 60 milhões de euros a construção da usina solar de Oruro, a primeira central de produção de eletricidade do país, que superou as expectativas dos especialistas em termos de eficiência. O continente « ficou para trás em relação à energia solar e eólica, uma vez que a energia hidrelétrica ainda predomina entre as fontes renováveis », afirma o chefe da equipe de projetos. Por isso, a AFD está adotando uma estratégia de investimento focada nessas duas fontes de energia essenciais.  

A questão da eficiência energética também é abordada em outros projetos da AFD, incluindo o implementado nas Ilhas Galápagos. Neste arquipélago a oeste do Equador, a AFD cofinancia, em parceria com o programa Euroclima, um projeto de edifícios sustentáveis, onde a transferência de conhecimento possibilitou a construção de infraestruturas resilientes às mudanças climáticas.