1. Os recursos financeiros utilizados pelo grupo AFD vêm majoritariamente do Estado francês?
Não. Ao contrário do que se pensa, a AFD é um banco público que se financia através de empréstimos em condições favoráveis nos mercados, graças à solidez financeira do Estado francês, seu único acionista.
Além disso, 85% das nossas atividades são empréstimos concedidos aos países parceiros e reembolsados com juros, portanto, não são recursos orçamentários do Estado. Os subsídios são reservados para os contextos mais frágeis, a fim de prevenir crises e favorecer a estabilidade internacional, essencial para garantir nossa prosperidade e nossa segurança.
Os rendimentos provenientes dos juros dos empréstimos, juntamente com as comissões obtidas pela aplicação dos subsídios nos países parceiros, são suficientes para cobrir nossos custos operacionais, inclusive os salários dos nossos colaboradores. Esse modelo também possibilita o repasse de dividendos ao Estado francês, correspondendo a 20% do nosso resultado.
Leia também: Como a AFD garante que seu financiamento favoreça realmente seus beneficiários
A AFD é um banco público eficiente e econômico, com um efeito de alavancagem considerável: com 2 bilhões em créditos orçamentários alocados pelo Estado no ano passado, conseguimos multiplicar por seis os financiamentos, atingindo mais de 12-13 bilhões de euros. Além disso, 12 bilhões de euros adicionais vem de cofinanciamentos, tanto públicos quanto privados. Ou seja, cerca de 25 bilhões de euros em financiamentos por ano. Assim, para cada euro investido pelo Estado francês, 12 euros são destinados à promoção de interesses globais, como combate às mudanças climáticas, proteção da biodiversidade, saúde pública, educação, segurança alimentar, entre outros.
Além disso, nossos financiamentos geram valor e empregos na França. Três quartos dos projetos financiados pela AFD incluíram pelo menos um ator francês. Esses investimentos têm efeitos muito positivos para as empresas francesas, com um impacto econômico de até 3 bilhões de euros por ano.
2. O grupo AFD financia potências emergentes?
Países emergentes como a Índia ou o Brasil se beneficiam de empréstimos a taxas de mercado. Esses financiamentos não custam nenhum euro aos contribuintes franceses: eles são financiados pelo grupo Agence Française de Développement por meio de empréstimos nos mercados internacionais. Frequentemente voltados para projetos climáticos e de biodiversidade, esses empréstimos também permitem fortalecer a diplomacia ambiental da França.
Seguindo a mesma lógica, nenhum financiamento público do Estado é utilizado na China. O grupo AFD atua como um banco de investimentos solidários e sustentáveis, ou seja, ele não concede “ajuda”, mas empresta dinheiro em condições de mercado e de forma totalmente transparente.
Graças a esses investimentos, a AFD contribui para a projeção econômica e cultural da França e mobiliza a expertise e os conhecimentos técnicos franceses. Entre 2021 e 2023, a AFD emprestou 385 milhões de euros a clientes chineses para projetos de transição energética que beneficiaram atores franceses reconhecidos, como a EDF, na descarbonização do sistema de aquecimento da cidade de Lingyuan.
3. O grupo AFD investe apenas no exterior?
Não. O grupo AFD também atua nos territórios ultramarinos franceses, onde investiu mais de 1 bilhão de euros em 2024, favorecendo a cooperação regional com seus países vizinhos.
A Nova Caledônia, a Polinésia Francesa e Wallis e Futuna se beneficiam, por exemplo, da Iniciativa Kiwa, lançada em 2020 em parceria com a Austrália, a Nova Zelândia, o Canadá e a União Europeia, com um financiamento total de 78 milhões de euros em subsídios (dos quais 44 milhões de euros da AFD), para fortalecer os ecossistemas, as comunidades e as economias das ilhas do Pacífico frente às mudanças climáticas.
4. O dinheiro realmente chega aos destinatários?
Garantir que cada euro investido beneficie os destinatários é uma obrigação. O grupo AFD possui um sistema de controle em múltiplos níveis para enfrentar os riscos de corrupção, fraude, lavagem de dinheiro, financiamento ao terrorismo ou práticas anticoncorrenciais que podem comprometer suas atividades ou operações. Este sistema atende aos mais altos padrões e segue três modalidades:
- Desenvolvimento de projetos em parceria com clientes e parceiros (ONGs, empresas, comunidades) para definir objetivos que realmente atendam às necessidades das populações.
- Gestão fiscal rigorosa com base em auditorias, controles financeiros e mecanismos anticorrupção em todos os projetos.
- Monitoramento operacional dos projetos com relatórios regularmente enviados por administrações e consultores especializados, além de missões de supervisão realizadas no local pelas nossas equipes. Avaliações independentes também são realizadas.
Um mecanismo de reclamação também permite sinalizar qualquer problema.
5. O grupo AFD presta contas de suas atividades?
Sim. A AFD opera dentro de um sistema de governança estruturado e transparente, com vários mecanismos de controle:
- Plano estratégico: o Comitê Interministerial para a Cooperação Internacional e o Desenvolvimento (CICID) estabelece as prioridades da AFD, em parceria com os Ministérios das Relações Exteriores, da Economia e do Interior.
- Controles externos: o Parlamento, o Tribunal de Contas, as inspeções gerais e a Autoridade de Controle Prudencial e de Resolução (ACPR) supervisionam suas práticas financeiras e operacionais. A Agence Française de Développement também presta contas à Assembleia Nacional e ao Senado. Em 2024, ela participou de 19 audiências para prestar esclarecimentos sobre suas atividades. Uma comissão de avaliação da ajuda pública ao desenvolvimento, inscrita na lei de 4 de agosto de 2021, está em processo de constituição.
- Governança interna: seu conselho de administração reúne representantes do Estado, parlamentares e personalidades, garantindo uma consideração equilibrada dos desafios políticos, econômicos e sociais. Os órgãos da AFD se reuniram 37 vezes em 2024.
A Agence Française de Développement também participa regularmente de audiências na Assembleia Nacional e no Senado. Em 2024, ela participou de 19 audiências para prestar esclarecimentos sobre suas atividades.
Todos os anos, o grupo AFD publica centenas de avaliações, bem como um relatório de síntese sobre o impacto e a eficácia de seus projetos. O relatório de 2023 (em francês) analisou 124 projetos realizados entre 2021 e 2022, com maior foco na África, abrangendo setores essenciais como saúde, educação e governança. Essas análises são frequentemente delegadas a consultores independentes. Elas destacam os resultados alcançados e identificam caminhos para melhorar a atuação da AFD em prol dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Indicadores consolidados de impacto permitem estimar que as ações do grupo AFD alcançam anualmente 120 milhões de pessoas, graças ao:
- melhor acesso à água e saneamento (32 milhões de pessoas);
- novo acesso à energia renovável e verde com 130 MW instalados (31 milhões de pessoas);
- acesso a cuidados de saúde ou à educação (31 e 3,5 milhões de pessoas, respectivamente);
- apoio a 20.000 explorações agrícolas.
Saiba mais: As avaliações