Esses compromissos, de valor inédito, respondem à vontade do Presidente da República “de ter uma França que responda ao desafio do desenvolvimento. (...) Por isso firmei o compromisso, desde o início do meu mandato, de atingir até o fim deste os 0,55% da renda nacional bruta em termos de ajuda pública ao desenvolvimento. Trata-se de um compromisso firme, ele é exigente. (...) Porque esses esforços, são a contribuição francesa ao êxito de um continente inteiro, de muitos países, porque são parte do nosso êxito também” (discurso de Uagadugu, 28 de novembro de 2017).
Com 70% dos Franceses (e 71% dos 15-25 anos) favoráveis ao apoio aos países em desenvolvimento , A AFD continua aumentando o volume dos seus financiamentos para implementar os objetivos da comunidade internacional (ODS, Acordo de Paris sobre o clima), ao estender o seu campo de atuação e apoiar-se firmemente nos seus parceiros na França, na Europa e no mundo. A AFD continua, dessa forma, a aumentar o volume dos seus financiamentos, em sintonia com o compromisso presidencial, confirmado pelas decisões do Comitê Interministerial da Cooperação Internacional e do Desenvolvimento (CICID), em reunião de 8 de fevereiro de 2018.
Rémy Rioux, Diretor Geral, descodifica a estratégia da AFD: “O ano de 2017 foi marcado por um crescimento rápido e ambicioso dos financiamentos da AFD. Focalizamos o fortalecimento da nossa atividade não soberana, destinada à sociedade civil, aos entes subnacionais, ao setor privado do Sul, em aumento de 30% com cerca de 5 bilhões de euros, como também aos bancos de desenvolvimento nacionais e multilaterais, às instituições europeias e às grandes fundações. Com financiamentos de 10,4 bilhões de euros, a AFD mantém a sua trajetória de crescimento para acompanhar as grandes transições nos países em desenvolvimento. A pedido do governo, estamos definindo a nossa nova estratégia para dar mais força e legibilidade à nossa ação, e para contribuir para a emergência de um mundo em comum.”
A África continua sendo a prioridade da Agência, com um total de € 5,2 bi financiados em 2017. Os financiamentos “Todo África" da AFD – a primeira agência que parou de cortar a África em dois, entre a África do Norte e a África Subsaariana – sofreram em 2017 um aumento muito significativo e ultrapassaram 5 bilhões, incluindo as atividades da Proparco (+15% em relação a 2016). A África concentra 50% do valor total de financiamentos do grupo AFD no exterior e 80% do esforço financeiro do Estado. A Aliança Sahel, lançada em julho de 2017 pela França e a Alemanha, e integrada desde então por sete outras agências internacionais, consagra igualmente essa prioridade estratégica. Os seus membros se comprometeram a mobilizar 7,5 bilhões de euros em 5 anos.
Com € 1,6 bi em 2007, os territórios ultramarinos, ponte entre a França e o mundo, estão novamente no centro da estratégia da AFD, que tenciona colocá-los na ponta da inovação para o desenvolvimento sustentável e melhor inseri-los no seu contexto regional oceânico. Em 2017, os 42% dos financiamentos visaram despesas de equipamentos e infraestrutura, ou seja, 644 milhões de euros dos 1,6 bilhões mobilizados.
O combate às mudanças do clima e suas consequências beneficiou de mais de 4 bilhões de euros em 2017, dos quais cerca de 900 milhões foram destinados a projetos de adaptação. Mais de € 1 bi foram atribuídos às energias renováveis na África em 2017. A mobilização internacional sobre o clima foi reforçada em dezembro de 2017 com a organização do One Planet Summit em Paris, a convite do Presidente da República, com a colaboração estreita da AFD. Vários entre os 12 compromissos assumidos se referem a uma forte contribuição da AFD, tais como: enfrentar os eventos extremos nos estados insulares (compromisso 1), proteger as terras e os recursos hídricos face aos efeitos das mudanças do clima (compromisso 2), ou ainda a mobilização internacional dos bancos de desenvolvimento (compromisso 10).
Durante a cúpula, a AFD tornou pública a sua intenção de tornar-se a primeira instituição “100% Acordo de Paris”. Isso significa que a AFD se compromete a que todos os projetos que ela vier a acompanhar sejam coerentes com as trajetórias de desenvolvimento de baixo carbono e resilientes dos países e a acompanhar estes na sua transição para a neutralidade carbono, conforme o disposto no Acordo de Paris.
- 10,4 bilhões de euros em compromissos (+11%)
- Forte progressão da atividade destinada a empresas, entes subnacionais e OSC do Sul (+30%), principalmente via Proparco, subsidiária dedicada ao setor privado
- Forte crescimento dos financiamentos na África (+15%), principalmente no âmbito da Aliança Sahel
- 4 bilhões de euros para o clima
- 1,6 bilhões de euros para os territórios ultramarinos
- 752 projetos com impactos concretos mensuráveis: água potável para 822.000 pessoas, 3.395 MW de energia renovável instalados, escolarização de cerca de 400.000 meninas, ou ainda proteção e recuperação de 15 milhões de hectares de áreas naturais.
O ano de 2017 também foi marcado por um papel internacional mais importante concedido à AFD, cujo Diretor Geral, Rémy Rioux, assumiu a presidência da maior rede de bancos de desenvolvimento do mundo, o International Development Finance Club (IDFC), que reúne os 23 maiores bancos públicos de desenvolvimento nacionais e regionais com vocação internacional, cuja maioria está localizada nos países do Sul. Esse clube dispõe de uma capacidade financeira acumulada de mais de 800 bilhões de dólares por ano, dos quais 160 bilhões para projetos de combate às mudanças do clima. Sob a presidência da AFD, o clube tenciona adquirir um maior reconhecimento internacional, com vistas a contribuir ativamente à implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, e a multiplicar os projetos concretos entre os seus membros.
A AFD também pretende explorar novas áreas para multiplicar os laços entre os nossos países e o Sul, nos dois sentidos. A nossa ação na área da governança está crescendo velozmente, com mais de 900 milhões de euros de financiamentos em 2017. A AFD desenvolve as suas atividades nas áreas das indústrias culturais e criativas, do ensino superior, da inovação e do mundo digital, do social business, da educação para o desenvolvimento e da solidariedade internacional. Ela foi encarregada pelo Presidente da República de construir uma plataforma de transformação pelo esporte, para aproximar o mundo esportivo daquele do financiamento do desenvolvimento, em função do acontecimento dos Jogos Olímpicos de Paris em 2024.
Conforme o mandato confiado pelo CICID em fevereiro de 2018, o Grupo AFD deverá tornar-se a plataforma francesa da política de desenvolvimento. As autorizações de financiamento da Proparco, a sua subsidiária para o financiamento do setor privado, foram elevadas para 1,4 bilhões de euros, e o Grupo integrará, a partir de 2019, a Expertise France, a agência de cooperação técnica internacional, cujas competências fortalecerão a qualidade da oferta do Grupo AFD destinada aos nossos parceiros do Sul. O objetivo é acolher e projetar para os países emergentes e em desenvolvimento todos aqueles que possam trazer recursos, expertise e capacidades de ação.
Instituição financeira pública e solidária, a AFD é o ator central da política de desenvolvimento francesa. Engajamos-nos em projetos que melhoram concretamente o dia-a-dia das populações, nos nossos territórios de Além-Mar assim como nos países em desenvolvimento e os países emergentes, conforme os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e as prioridades da ação exterior da França, Presentes em 109 países por meio de uma rede de 85 agências, acompanhamos hoje mais de 3.500 projetos de desenvolvimento.
Uma ação nos cinco continentes:
- 50 % dos compromissos financeiros da AFD no exterior (€ 5,2 bi em 2017, ou seja, +15% em um ano), vão para a África, prioridade de ação da Agência, onde se concentram 80% dos recursos orçamentários concedidos pelo Estado,
- 20 % na Ásia e no Pacífico,
- 14 % na América Latina e no Caribe,
- 16 % no Oriente Médio.
A AFD financia trajetórias de desenvolvimento sustentável que contribuem para as cinco transições principais em que se engajaram os países do Norte como os do Sul: transição demográfica e social, transição territorial e ecológica, transição energética, transição digital e tecnológica, transição política e cidadã..
Soluções que geram impactos positivos adicionais para as populações. A AFD financiou 752 projetos de desenvolvimento em 2017, isto é, 77 projetos adicionais em relação a 2016. Esses projetos vão contribuir para:
- fortalecer a educação básica na Costa do Marfim e reduzir as desigualdades;
- melhorar as condições de vida, de formação e de emprego no Líbano;
- garantir o acesso à água em Quito devido a um forte crescimento demográfico;
- apoiar a transição energética indiana com a distribuição de energia na cidade de Jodhpur.
Projetos com impactos concretos mensuráveis. Em 2017, os projetos acompanhados pela AFD tiverm impactos positivos que permitiram:
- o acesso à água potável perene para 822.000 pessoas;
- o acesso à energia para 365.000 pessoas;
- a proteção ou a recuperação de 16 milhões de hectares de áreas naturais;
- a instalação de 3.395 MW de energias renováveis;
- a economia de 15.000 m3 de água potável;
- a escolarização de 396.000 meninas.