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marché AFD économie réelle
A realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável passa também pela transformação da economia. A estratégia de transição econômica e financeira do Grupo Agence Française de Développement acompanha esta mudança de horizonte. Explicações com Emmanuelle Riedel-Drouin, diretora do Departamento de Transição Econômica e Financeira da AFD, Jean-Marc Liger, diretor de estratégia e prospectiva da Proparco, e Isabelle Valot, diretora do Departamento de Governança Econômica e Financeira da Expertise France.
A AFD acaba de publicar sua estratégia de transição econômica e financeira. Por que ela é necessária ?

Emmanuelle Riedel-Drouin: Esta estratégia considera a economia para o ser humano tendo em conta o planeta. Ela intervém num contexto internacional perturbado por uma série de tensões e crises que põem em causa nossos modelos econômicos e financeiros atuais. Para transformar a economia, num mundo que tende para uma maior sustentabilidade, há que tirar os modelos econômicos e financeiros de seus esquemas, às vezes de curto prazo, e pensá-los a longo prazo. Tal como a saúde, a educação ou o clima, a economia, e no seu seio a finança, é um pilar do sucesso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) defendidos pelas Nações Unidas.

Como podemos resumir esta estratégia ?

E. R.-D.: Até agora, não havia uma reflexão sistemática sobre os modelos de produção, consumo e investimento dos projetos acompanhados pelo Grupo AFD. Esta estratégia 2021-2025 apoia a transformação das economias dos países em que operamos para construir um ecossistema econômico, social e ambiental sustentável a longo prazo.

Neste processo, a sobriedade, a inclusão e a resiliência são os três marcadores fundamentais que estruturam nossas atividades para acompanhar nossos parceiros no desenvolvimento de novas formas de produzir, consumir e financiar. A sobriedade, porque garante uma gestão perene dos recursos naturais, financeiros, tecnológicos e humanos. A inclusão, porque implica uma repartição equilibrada destes recursos e um acesso às oportunidades econômicas e financeiras para as populações excluídas. E a resiliência, porque permite uma melhor adaptação às crises.

 

 

Como se traduz concretamente esta estratégia nas atividades do Grupo AFD ?

E. R.-D.: Seis atividades principais orientam nossas escolhas. Em primeiro lugar, apoiamos o desenvolvimento de sistemas produtivos baseados na economia local. Trata-se também de acompanhar a criação de serviços financeiros adaptados, perenes e responsáveis, acessíveis ao maior número possível de pessoas. Apoiar um comércio sustentável que associe o bom equilíbrio entre os impactos econômicos, sociais e ambientais é o terceiro pilar de nossas atividades. O Grupo AFD incentiva igualmente a adoção, pelas empresas e instituições financeiras, principalmente os bancos de desenvolvimento, de boas práticas de produção, consumo e financiamento, bem como o desenvolvimento de ferramentas de pilotagem de gestão de riscos para melhor gerir a incerteza. Por último, acompanhamos os Estados na condução e regulação das atividades econômicas e financeiras.

Uma dezena de indicadores permitirão medir o impacto de nossas atividades relacionando-as com as outras prioridades do Grupo, que podem ser o combate ao aquecimento global, as questões de gênero, as intervenções em zonas frágeis, etc.

Lançada em março de 2021, esta estratégia assenta, porém, sobre boas bases ?

E. R.-D.: As atividades relacionadas com a transição econômica e financeira  já representavam 3,5 bilhões de euros dos 14,1 bilhões de euros autorizados pelo Grupo em 2019, ou seja, um quarto de nosso plano de negócios. A adoção desta estratégia apenas reforçará práticas que já estão bem enraizadas em nossas atividades. Esta estratégia é pensada a nível do Grupo.

Qual é o papel da Proparco neste processo?

Jean-Marc Liger: Enquanto filial dedicada ao setor privado do Grupo AFD, a Proparco participa da estratégia de transição econômica e financeira. Nosso papel é acompanhar os atores econômicos do setor privado em sua transição. Esses atores podem ser empresas, bancos ou fundos de investimento.

O êxito da transição econômica e financeira passa por uma boa conexão entre os setores público e privado e na orientação dos fluxos financeiros privados para investimentos responsáveis. Um exemplo: nosso trabalho com os fundos de investimento e os bancos para apoiar suas empresas clientes em sua estratégia de baixo carbono, ou ainda a mobilização dos atores financeiros para investir na economia verde, nas energias renováveis, etc.

Como a Expertise France contribui para esta estratégia?

Isabelle Valot: Nosso papel foca sobretudo a assistência técnica transversal para acompanhar a evolução de um ambiente empresarial propício a essa transição econômica e financeira. Numa abordagem sistêmica, federamos as competências técnicas do setor público e do mundo empresarial para responder às expectativas de nossos diferentes parceiros institucionais. Nossos peritos trabalham em campos muito diversos, tais como apoio a políticas públicas em prol do empreendedorismo e do comércio, parcerias público-privadas (PPP) ou regulamentações alfandegárias e fiscais. Esta transversalidade permite a preparação de ecossistemas econômicos e financeiros construídos em coerência com a transição.