No Peru, o Samu social de Lima organiza rondas para lutar contra a pobreza, a anemia e a violência doméstica. Tivemos a oportunidade de acompanhar uma de suas equipes nas ruas da capital peruana.

Precariamente equilibradas sobre as encostas áridas do deserto costeiro peruano, as casinhas de bloco de concreto e as barracas de madeira ou chapa de zinco do bairro de Huaycán dizem muito sobre a pobreza que reina nessa parte do distrito de Ate, em Lima. Com 10 milhões de habitantes, a aglomeração urbana da capital do país, situada às margens do Oceano Pacífico, é uma das maiores cidades da América Latina.
 
A maioria dos habitantes de Huaycán, em grande parte oriundos das zonas rurais, migrou para as periferias de Lima nos anos 1980 e 1990, quando um conflito interno sacudiu violentamente o país.

Com uma forte densidade populacional e problemas de abastecimento de água e eletricidade, os morros do bairro são um instantâneo de todos os aspectos especialmente trágicos dos dramas humanos que acompanham a pobreza. Aqui, o Samu social intervém junto às mulheres e crianças dessas zonas marginalizadas, frequentemente abandonadas pelo Estado, e durante muito tempo consideradas como perigosas.
 

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Maria e os bons conselhos para "viver juntos"
Maria e seu marido têm quatro filhos. Esta mãe de família aprecia os conselhos dados pelas equipes do Samu social: "Agora, eu e meu marido tentamos evitar de brigar na frente das crianças, porque nos disseram que isso é nocivo para elas. Gosto de conversar com o pessoal do Samu", explica Maria, que desejaria que eles "tivessem mais tempo".
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Emily, a esperança ao volante
Emily dirige uma ambulância do Samu social. Um engajamento que considera muito importante: "Gosto de ajudar as pessoas que encontramos. Eu também já fui vítima de violência doméstica e, como lhes digo, se eu mesma consegui sobreviver, elas também podem!"
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Para Maria Soledad, um auxílio primordial contra a anemia
Maria Soledad vive sozinha com seus três filhos. Para ela, as visitas do Samu social são "primordiais": "Eles nos dão remédios para tratar a anemia das crianças. Para mim, é difícil descer o morro, e o dinheiro que ganho não dá para comprá-los. Graças às visitas do Samu, sei que meus filhos recebem as vitaminas de que precisam. É claro que eu gostaria que eles viessem aqui com mais frequência, mas suas visitas sempre me deixam mais tranquila."
A AFD e o Samu social internacional parceiros face à exclusão

samu socialA AFD apoia a ação do Samu Social Internacional (SSI) no Peru através de uma subvenção de 250 000 euros para o financiamento do projeto "Lutar contra a exclusão social e suas consequências sanitárias e psicossociais nas comunidades desfavorecidas de Lima".

O Samu Social Internacional é uma ONG francesa criada em 1998, por iniciativa do Dr. Xavier Emmanuelli, no contexto do prolongamento da ação tomada no âmbito do Samu Social de Paris desde 1993. O SSI adaptou e desenvolveu seu método de emergência social para assegurar uma resposta humanitária eficaz à situação das pessoas socialmente excluídas, vivendo na rua, nos contextos urbanos dos países em vias de desenvolvimento ou emergentes. 
 

Magaly, da violência doméstica ao samu social
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© Natali Saravia Photography / AFD


Magaly (à esquerda na foto) trabalha no Samu social de Lima, e sabe perfeitamente o que vivem as mulheres e famílias que visita regularmente: "Eu consegui vencer a violência doméstica. Então, sempre que uma pessoa vem ao centro, digo-lhe que deve continuar a brilhar, e nunca se deixar afundar. Digo sempre a todos que os problemas são como tempestades, e que, como tudo na vida, passam. É preciso continuar a acreditar."
 


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