O Fundo de Inovação para o Desenvolvimento (FID) já é real. Seu primeiro edital de licitação para apresentação de projetos foi recentemente lançado, e concretiza um compromisso do Presidente da República Francesa em prol da modernização da ajuda pública ao desenvolvimento, na linha das recomendações formuladas no relatório do deputado Hervé Berville.
Inaugurado em 17 de dezembro, durante o primeiro Conselho Presidencial de Desenvolvimento, este novo e ambicioso dispositivo de financiamento tem por objetivo impulsionar, acelerar e desenvolver em larga escala soluções inovadoras com alto potencial de transformação, em resposta aos grandes desafios mundiais em matéria de desenvolvimento, apoiando-se simultaneamente no rigor da avaliação científica e da experimentação.
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Presidido por Esther Duflo, ganhadora do Prêmio Nobel de Economia em 2019, o fundo está aberto a iniciativas de todos os horizontes implantadas em países de baixa e média renda e junto aos mais vulneráveis. Sem restrição de definição das inovações (técnicas, sociais, ambientais, de governança, de processos, etc.), o FID concentra sua ação privilegiando os setores da educação - prioritariamente para as meninas - com um enfoque especial em matéria de saúde, meio ambiente e igualdade de gênero.
Hospedado na AFD no âmbito de uma convenção de gestão com o Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Economia, das Finanças e da Recuperação, o FID possui seus próprios métodos de governança e operação. Para seu primeiro ano, é dotado de um orçamento de 15 milhões de euros. Ele financiará exclusivamente, sob forma de subvenções, propostas emanando de todos os tipos de organizações: instituições de pesquisa, ONGs, governos, empresas, etc.
O objetivo é testar novas ideias, e experimentar e demonstrar, com base em avaliações científicas comprovadas, as inovações que funcionam, e desenvolver em larga escala as soluções mais eficientes e portadoras de impacto positivo.
Neste contexto, o FID apoiará os parceiros da França para melhorar as políticas públicas e promoverá a partilha de conhecimentos entre as partes interessadas da comunidade de pesquisa e desenvolvimento.
ESTHER DUFLO: “DESENVOLVER SOLUÇÕES PRONTAS PARA USO GENERALIZADO”
“Existem muitas ideias promissoras sobre políticas e programas capazes de reduzir a pobreza, mas só através de testes rigorosos poderemos identificar aquelas que realmente funcionam”, diz Esther Duflo. “O desenvolvimento de provas científicas sobre a forma como estas ideias podem funcionar em diferentes escalas e contextos pode nos ajudar a aprender com a experiência e a desenvolver soluções duradouras, prontas a ser generalizadas. A inovação pode ser transformadora, mas é um processo que requer múltiplas etapas e uma estrutura de financiamento flexível para concretizar seu potencial.”