1. FAZ COM QUE OS PAISES ENCAREM AS ALTERAÇÕES CLIMATICAS COM SERIEDADE
A amplitude da crise ecológica requer uma mobilização forte e célere de todos os países. Contudo, muitos deles não a consideram como uma prioridade, devido aos custos envolvidos ou, simplesmente, por falta de interesse.
A ajuda ao desenvolvimento permite preencher essas duas lacunas. Ao subsidiar programas de reflorestamento, por exemplo, através da concessão de empréstimos a juros baixos para financiar a transição energética ou oferecendo perícia para identificar estações de redução de emissões de gases de efeito estufa, pressiona os países para que considerem, seriamente, as alterações climáticas.
Cada vez mais, os bancos e as agências de desenvolvimento, nas quais se inclui a Agência Francesa para o Desenvolvimento (AFD), decidem tornar todos os seus financiamentos compatíveis com o Acordo de Paris para as Alterações Climáticas. Deste modo, os países que desejam beneficiar da sua ajuda são pressionados a adaptar os seus projetos para terem baixo teor de carbono e serem resilientes às alterações climáticas.
2. VALORIZA OS BENEFICIOS ECONOMICOS DA TRANSIÇÃO ECOLÓGICA
Não é possível adaptar as empresas para reduzir o seu impacto sobre o clima sem que se verifiquem investimentos significativos. A boa notícia é que essas transições ecológicas também trazem excelentes oportunidades económicas e sociais.
Elas criam novos empregos, posicionam as empresas em novos mercados, diversificam as fontes de rendimento ... Os impactos na educação, na saúde e no acesso a serviços essenciais surgem como consequência. Ao abrir caminho para projetos inovadores, esses investimentos ajudam a construir uma sociedade mais justa, mais sustentável e também mais próspera.
3. PERMITE QUE DETERMINADOS PAISES SE ADAPTEM AS ALTERAÇÕES CLIMATICAS
Alguns países, mesmo aqueles dispostos a proteger o clima, por serem muito vulneráveis, como os pequenos Estados insulares, não detêm conhecimentos suficientes para se prepararem para os impactos das alterações climáticas.
Felizmente, esse apoio técnico, é prestado, diariamente e desde há vários anos, pelos bancos de desenvolvimento. Através da sua iniciativa Adapt'Action, a AFD presta assessoria a 15 países, em especial no Caribe e no Oceano Índico. Por exemplo, é prestada ajuda ao governo das Maurícias para a implementação de um plano nacional de reação e antecipação dos riscos de inundações.
4. SEM ELA, ALGUNS PAISES NÃO CONSEGUIRIAM FINANCIAR A SUA TRANSIÇÃO ECOLOGICA
Transformar os setores dos transportes, energia, agricultura, finanças ou a indústria por forma a alinhá-los com as alterações climáticas é dispendioso. Por outro lado, o financiamento é muitas vezes difícil de encontrar, porque os investidores consideram os projetos arriscados ou porque o país em questão não é favorecido pelos mercados financeiros.
Tudo isto são obstáculos que a ajuda oficial ao desenvolvimento pode contornar, fornecendo financiamento aos agentes da transição ecológica, e a um custo acessível - quando não se age simplesmente através de doações. Uma ferramenta essencial, portanto, para facilitar a mudança económica e social.
5. POSSIBILITA O APOIO A AGENTES NÃO ESTATAIS
Seria errado negligenciar a importância dos agentes não estatais (autoridades locais, associações, empresas, sindicatos ...) na progressão de uma sociedade em direção a um modelo de baixo carbono. O problema é que muitas vezes estes agentes não dispõem de meios financeiros.
E é aí que os bancos de desenvolvimento, que lhes dedicam grande parte dos seus investimentos, surgem para os orientar na direção de soluções sustentáveis ou para apoiar projetos pioneiros. Foi neste contexto que a ONG CIPCA beneficiou de uma doação de 2 milhões de euros da AFD em 2015 para promover a agroecologia na Bolívia. Os benefícios são já significativos (ver a página do projeto).
6. INDICA O CAMINHO AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Os bancos, por vezes, são relutantes em financiar projetos que beneficiam o clima. Por falta de interesse ... ou porque nem sempre dispõem dos conhecimentos necessários. Mais uma vez, a ajuda pública ao desenvolvimento permite que sejam acompanhados nesse domínio.
Com mecanismos como o SUNREF, o rótulo de finanças verdes da AFD, pressionamos as instituições financeiras locais para que financiem a eficiência energética de edifícios, métodos agrícolas virtuosos ou a energia fotovoltaica, ao proporcionar-lhes empréstimos e assistência técnica.
Em 2009, a AFD colocou à disposição de três instituições financeiras sul-africanas uma linha de crédito de 120 milhões de euros para o financiamento de projetos relacionados com as energias renováveis e a eficiência energética. Uma iniciativa que encorajou essas instituições a continuar a apoiar esses setores.
7. A SUA AÇÃO POSSUI UM EFEITO BOLA DE NEVE PARA OUTROS INVESTIDORES
Embora a ajuda pública ao desenvolvimento possa fazer muito pelo clima, o setor privado (banca, empresas, filantropos) pode fazer muito mais devido aos elevados montantes que investe nos países em desenvolvimento. O desafio é, portanto, conseguir direcionar uma parte significativa desse investimento privado para a transição ecológica.
Ao desempenhar um papel ativo na coligação de filantropos lançada em dezembro passado no One Planet Summit, a AFD contribui também para comprometer um importante grupo de investidores privados em três áreas-chave para o clima: as energias renováveis, a qualidade do ar e a agricultura. Uma medida crucial que tem tendência a crescer.