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Crises e conflitos

Nosso compromisso
As crises e conflitos, cada vez mais frequentes, geram novas problemáticas que representam um verdadeiro obstáculo para o desenvolvimento. Para continuar a suprir as necessidades das populações, a AFD tem modificado a sua abordagem, adaptando seus instrumentos e operações ao trabalho de fornecimento de ajuda humanitária e consolidação da paz que executa. Atuando na prevenção, durante e após os conflitos, a AFD reforça seu papel de protagonista no âmbito da paz e da resiliência das populações.
Nossa abordagem
A quantidade cada vez maior de situações de crises e conflitos faz com que os contextos tradicionais de intervenção da AFD se tornem cada vez mais voláteis. Territórios inteiros se veem diante de crises prolongadas, resultando na necessidade de abordagens capazes de ir muito além de uma simples resposta para resolvê-las. Assim, é preciso agir rapidamente para enfrentar as crises, mas também lidar com as dificuldades estruturais desses territórios, muitas vezes reveladas e/ou acentuadas pela situação.
Diante do imperativo de criar pontes entre a resposta à urgência e os projetos de desenvolvimento, sem renunciar a seu papel de catalizadora de desenvolvimento, a AFD implementou uma estratégia específica para a reposta a crises e conflitos. Essa estratégia visa reduzir o risco de recuo das conquistas e perspectivas de desenvolvimento de nossos parceiros causado pelas crises e limitar efeitos de contágio.
A estratégia da AFD identifica três objetivos principais:
- reduzir os aspectos determinantes das crises: a AFD atua no âmbito da prevenção de conflitos e do reforço da resiliência das populações que vivem nesses contextos;
- reforçar as capacidades de resposta dos territórios em caso de catástrofes naturais, conflitos violentos e/ou crises;
- aprimorar a resposta da AFD em contextos de crise e saída de crise: transformação das abordagens, parcerias, métodos e instrumentos da AFD para causar impactos sustentáveis.
Para conquistar esses objetivos, a AFD concede apoio a suas equipes de maneira reforçada na concepção de projetos em contextos de crises e conflitos. As equipes são treinadas para levar em conta problemáticas específicas desses contextos e utilizar ferramentas e instrumentos adaptados a essas áreas de intervenção. Assim, a AFD desenvolveu:
- uma reflexão específica para melhorar a intervenção em países diante de crises e conflitos;
- modos de atuação adaptados a contextos de difícil implementação;
- instrumentos e ferramentas financeiros desenvolvidos sob medida incluindo as especificidades desses contextos (evolução rápida das situações, multiplicação dos freios à implementação dos projetos, etc.).
Articular missão de desenvolvimento, ações humanitárias e consolidação da paz
Lançado em 2017 no contexto da estratégia francesa de “Prevenção, resiliência e paz sustentável”, o Fundo para a Paz e Resiliência Minka é o instrumento para a consolidação da paz da AFD. A cada ano, o fundo Minka aloca 200 milhões de euros para financiar intervenções estruturantes de médio e longo prazo. Suas ações se concentram nos fatores determinantes das crises, levando em conta seus efeitos diretos. O Minka tem o objetivo de evitar conflitos violentos durante crises, acompanhando as partes envolvidas na resolução de atritos.
O Minka inclui quatro iniciativas: Sahel, lago Chade, República Centro-Africana et Oriente Médio. Esses focos fazem parte das prioridades diplomáticas da França e se encaixam na meta de promoção de sociedades justas, pacíficas e inclusivas do Objetivo de desenvolvimento sustentável n°16 das Nações Unidas.
Essa abordagem faz uma ponte entre as atividades humanitárias e de resolução de conflitos do Centro de crise e apoio do ministério da Europa e das Relações Exteriores (CDCS, a sigla em francês) e as atividades de desenvolvimento financiadas pela AFD. Os projetos do fundo Minka se diferenciam dos projetos clássicos graças a uma abordagem adaptada aos contextos de crises e conflitos, com procedimentos simplificados e resultados visíveis no curto e médio prazo.
As mulheres e as jovens são as primeiras vítimas dos conflitos armados, mas são excluídas dos processos de gestão de crises e resolução de conflitos.
Através de sua resolução 1325, “Mulheres, paz e segurança” de 31 de outubro de 2000, o Conselho de segurança das Nações unidas reconhece pela primeira vez que o respeito dos direitos das mulheres, além de sua proteção e participação plena nos processos decisórios, é uma forma eficaz de prevenção de conflitos e promoção de uma paz sustentável.
A França, extremamente mobilizada em favor da agenda para “Mulheres, paz e segurança” no contexto de sua diplomacia feminista, desenvolveu três planos nacionais de ação (PNA) para seu fomento. Em conformidade com as recomendações do Alto Conselho para a igualdade, o terceiro PNA do período 2021-2025, cuja ambição é “incluir as questões de gênero em todas as ações da França no âmbito da paz e da segurança”, conta com a AFD como um motor para sua implementação.
O vínculo entre as mudanças climáticas e a segurança é cada vez mais presente na literatura científica e nas instâncias internacionais. De fato, as mudanças climáticas possuem um papel de catalizadoras de crises e conflitos, acentuando outros fatores de vulnerabilidade. Seus impactos deterioram ainda mais problemáticas como o aumento demográfico e a urbanização acelerada, o aumento da demanda de recursos, a degradação do ambiente e as desigualdades de desenvolvimento. Consequentemente, aumentam os riscos de fragilidade e conflito existentes.
Levar em conta o impacto multifacetado e dependente do contexto de mudanças climáticas ajuda a lutar contra a exclusão social e reforçar a ação da AFD para a promoção de uma paz sustentável. Na maioria dos casos, as populações marginalizadas (mulheres, jovens, populações pobres) estão mais expostas às consequências negativas das mudanças climáticas e são excluídas do processo de tomada de decisões, embora possam desempenhar um papel preponderante na resolução de crises e conflitos.
Trata-se de criar pontes entre os projetos de consolidação da paz e as ações de adaptação às mudanças climáticas, para que possam influenciar uns aos outros, sem que isso seja um obstáculo para a ação.
Nos lugares onde o surgimento de tensões pode resultar em situações de crise, os projetos são implementados com o objetivo de lidar com suas causas profundas. Eles têm como alvo vários aspectos: o sentimento de injustiça, a falta de acesso aos serviços básicos, a luta pelos recursos naturais…
A prevenção visa auxiliar na tomada de decisões esclarecidas para que choques ou uma degradação brutal da situação não se transformem em crises. De fato, o “custo da ausência de ação” em termos de prevenção de crises é gigantesco: oportunidades perdidas no âmbito do desenvolvimento, custos humanos, custos orçamentários (intervenções exteriores, ajuda humanitária), riscos de contágio... A prevenção é duas a sete mais vezes mais barata do que a gestão de conflitos violentos de acordo com o país.
Os objetivos da abordagem são:
- investir em diagnósticos e análises prévias, analisando a situação social, econômica, política, ambiental e securitária da área em questão;
- garantir que as tensões identificadas sejam levadas em conta em nossas estratégias de intervenção;
- implementar projetos que incluam as causas profundas de tensões para reforçar a resiliência das populações, territórios e instituições em um contexto instável.
A AFD possui parcerias com protagonistas capazes de reforçar ainda mais sua ação em contextos de crises e conflitos.
Para evitar crises, identificar os riscos e integrar as necessidades das populações, a AFD colabora com think tanks que possuem um conhecimento aprofundado das áreas de intervenção: o International Crises Group (ICG), o grupo URD e o Institut français du Proche-Orient (Instituto francês do Oriente Médio, FPO, a sigla em francês).
Para reforçar sua ação nos setores humanitário e de desenvolvimento, a AFD promove parcerias com a Agência das Nações unidas para os refugiados (HCR, a sigla em inglês) e o Comitê internacional da Cruz Vermelha (CICR, a sigla em francês). Essas parceiras, neutras e independentes, implementam projetos de desenvolvimento subvencionados pela AFD, reforçando paralelamente sua legitimidade.
Para implementar projetos, a AFD apoia organizações da sociedade civil (OSC) francesas ou oriundas dos países onde ocorrem as intervenções. Dessa forma, a AFD oferece um leque abrangente de instrumentos adaptados às demandas das OSC e seu valor agregado. Um infográfico que pode ser acessado on-line fornece maiores detalhes sobre a oferta de financiamentos destinada às OSC.
Informações locais
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Publicado em 25 maio 2021

Indicadores principais
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1,287 bilhões de euros (subvenções) alocados em áreas de crises e conflitos desde 2017
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100 % De nossos projetos lançados em 2022 levam em conta questões de gênero